domingo, 1 de dezembro de 2013

Debate público em Portugal - texto repetitivo

Fazer interpretações aviltantes e carregar de considerações negativas e pejorativas daquilo e aquilo que alguém escreve ou diz é o pão nosso de cada dia no 'debate público' português. Sistematicamente temos concursos de histeria sobre citações descontextualizadas a que são atribuídas interpretações carregadas de más intençõess sem ter por base o que a pessoa disse, mas sim imputações avulsas de mau carácter.

Demasiadas vezes, os títulos de jornais trazem frases truncadas de forma sensacionalista, que deturpa o que foi dito. Debatem-se os títulos e não o resto. Imensas vezes, discute-se a forma e não o conteúdo. Elevam-se vozes a condenar sumariamente aquilo que supostamente foi dito ou feito, sem preocupação de ir além do insulto torpe e barato.

Isto acontece por todo o espectro político. Acontece por toda a imprensa. Políticos e comunicação social alimentam tudo isto, demasiadas vezes de forma primária e quase amadora. A substância do que se passa é quase irrelevante. A troca de argumentos também. O que é giro e sexy é repetir soundbytes e alimentar indignações que pouco têm de púdicas.

Depois, à margem de tudo isto, complementa-se esta cacafonia com a cacafonia das teorias da conspiração e dos alegados 'puros' da política e da ideologia, das afirmações avulsas de teor moralista, da falsa humildade que deixa transparecer a enorme arrogância daqueles que se entendem de alguma forma 'superiores'. Quando esta cacafonia chega ao 'mainstream', devem começar a soar os sinais de alarme. E isso só é ajudado pelas berrarias a que chamamos 'debate público' actualmente.

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