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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cavaco Silva tem Inveja de João Moreira Rato?

Leio no sitio do Jornal de Negócios, que alguns dos Gestores do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) irão ganhar mais do que o Presidente da República.

Ao ler a noticia, os jornalistas referem que o próprio Presidente abdicou do vencimento para ganhar pensões no valor de 10000 e não o ordenado de 7415 Euros.

Na própria noticiam diz-se que o Presidente do IGCP(que não tenho o prazer de conhecer) irá ganhar "até"10000 Euros mensais e diz-se que o Presidente ganha "cerca" de 10000 Euros.

Se bem percebo o Negocios diz que Moreira Rato ganhará mais que o ordenado teórico do  Presidente da República, mas na realidade ganhará o mesmo ou menos?

Alguém que vem da Morgan Stanley para o IGCP, vem por várias razões mas o vencimento não será a principal.
O cartão de visita de gerir o portfólio da Dívida Pública írá valorizá-lo para o Futuro e ganhará muito mais no privado.
Se correr mal ficará queimado.
Sendo ingénuo até arriscava que para um "estrangeirado" como João Moreira Rato, este seja um desafio que conjuga, valorização profissional, estar perto dos seus e maravilha das maravilhas faz serviço público se correr bem.  


segunda-feira, 28 de maio de 2012

28 de Maio, Cavaco e Transparência

Há casualidades que realmente são levadas da breca. Especialmente, para quem como eu defende fanáticamente, valores como a liberdade, Justiça e transparência.
Nas minhas navegações blogosféricas, encontrei este belo post, de Joana Lopes que lembra e bem, que hoje se assinala o dia do Golpe de Estado, que derrubou a Primeira República.
Em simultâneo, o Presidente da Nossa República, desde Singapura, manifestava (aqui) a sua confiança em que o "caso Relvas"seja resolvido com transparência...
Está aqui em causa uma das mais fundamentais Liberdades. A Liberdade de Imprensa. 
Isto tudo parece um paradoxo infeliz.
Fui ensinado, que Singapura,é uma excepção, no concerto das Nações. É um regime caudilhista , com traços de despotismo e autoritarismo. No entanto, têm um Estado de Direito, uma economia pujante e instituições que funcionam. Cavaco podia falar de qualquer sítio do Mundo menos de Singapura hoje. 
Duvido que se dessem a escolher em eleições democráticas, explicando correctamente ás pessoas os dois regimes, o modelo de Singapura não vencesse com facilidade, em lugar ao modelo democrático adaptado à la tuga que temos hoje. 
Tal como a Primeira República apenas deixaria saudades às suas clientelas. 

domingo, 17 de julho de 2011

O Euro e Passos Coelho

O Primeiro Ministro também decidiu falar de desvalorizar o euro, nisso acompanhando o Presidente da República. Já não bastava Aníbal Cavaco Silva não perceber que não há desvalorizações competitivas na União Europeia, porque o BCE é independente, agora é o Primeiro Ministro que não parece perceber que enviar este tipo de recados ao BCE não vai encher ninguém de confiança.

O pior que podia acontecer à UE neste momento seria aplicar-se-lhe o «modelo de desenvolvimento» que Portugal usou precisamente até entrar no euro, assente em desvalorizações políticas da moeda única. Pensar que a primeira e a terceira figura do Estado em Portugal andam por aí a promover isso é demonstrativo de que a mentalidade que nos levou onde estamos hoje não morreu.

O grande debate que temos de ter hoje na União Europeia não é sobre a missão do BCE ou sobre a sua independência, que devem ser mantidas intactas, e até reforçadas, se possível. O grande debate que temos de ter é sobre a transformação da UE numa verdadeira federação, nomeadamente a nível das finanças públicas e dos impostos. Isso sim, seria um debate sobre como dar maior credibilidade ao euro e dar maior capacidade à UE para lidar com crises.

Mesmo de um ponto de vista de competição entre o euro e o dólar no que toca a ser a moeda de reserva global por excelência, a mensagem que se quer enviar não pode ser que o euro vai ser desvalorizado por motivos puramente políticos quando der jeito. A melhor forma do euro concorrer com o dólar é precisamente tornar claro que o euro é uma moeda estável e de confiança.

Pedro Passos Coelho e Aníbal Cavaco Silva têm responsabilidades importantes neste momento de crise, principalmente o primeiro. A todos têm dito que Portugal não pode falhar.

Pois bem, com estas afirmações, Portugal pode não ter falhado. Mas eles os dois, falharam de certeza.

O Euro e Cavaco Silva

O nosso Presidente da República, exercendo, provavelmente, a sua «magistratura activa», decidiu vir anunciar a quem o quisesse ouvir que acredita na desvalorização do euro como forma de ajudar a competitividade da zona euro. As afirmações de Aníbal Cavaco Silva são particularmente graves por terem vindo de um economista, que portanto devia saber que o que estava a dizer não só é jurídica e politicamente impossível, como economicamente desnecessário e potencialmente nocivo.

São políticos como o nosso actual Presidente da República que levaram à independência dos bancos centrais, precisamente para impedir que andassem a «brincar» com o valor da moeda, gerando inflação sem que houvesse desenvolvimento económico sustentável. Foi o que Portugal andou a fazer antes de entrar para o euro, com a tristemente célebre, e ainda popular, política dos «salários baixos». Felizmente, o BCE é independente, e as afirmações de Cavaco Silva não vão ter impacto na política monetária europeia. 

Pedia-se ao Presidente da República que exercesse a sua «magistratura de influência» indo para além de mensagens populistas que nada ajudam a credibilizar Portugal. Parece que nem isso podemos esperar do actual Presidente.

P.S. Este tipo de afirmações lembra bem os perigos de acabar com o euro e voltar ao proteccionismo das moedas nacionais (ver, também, aqui e aqui).