A república portuguesa não tem dinheiro. Ponto. Portanto o PSD, PS e CDS têm de terminar imediatamente com esta falsa crise política, fabricada pelo desnorte momentâneo do governo e pela amplificação dos media. Esta sucessão de intervenções e de caça aos soundbytes desde as declarações desastrosas do PM está simplesmente a criar uma narrativa que levanta o que pior existe nos políticos: pensarem neles antes que nas funções para as quais foram eleitos. Podem rasgar as suas camisas e gravatas à vontade, que, convencidos que mostram o seu fato de super-hérois do povo, apresentam-se apenas em roupas coloridas, flores ao peito e sapatos compridos. Porque entrar nesta narrativa que nega o facto de não existirem fundos no estado português é uma autêntica palhaçada. E sucederem-se os talking points sobre o crescimento e sobre "a receita não estar a funcionar" é falhar a verdade óbvia: o estado não tem dinheiro.
O que nos leva à alegada ideia de que não há consenso político. Estamos mal se os três partidos do arco governamental não conseguem reconhecer a realidade. Mas é óbvio que António José Seguro e Paulo Portas sabem que não há acesso aos mercados, que Portugal não pode imprimir moeda, e que as receitas estão a cair. Portanto para a bancarrota do país ser evitada, é a linha de ajuda da UE que permite a subsistência que tem de ser preservada. Quebrar o consenso político verdadeiramente seria de loucos, porque fechava as tranches do programa de assistência financeira. Portanto esta brincadeira é absurda e irresponsável. Ninguém quer que o consenso político se quebre (talvez o PCP e o BE, mas esses têm outros objectivos que não salvar o país e não calculam chegar ao governo), porque se efectivamente fosse terminar, meus caros, então o desemprego e e a crise arrastariam-se por mais umas boas décadas.
Consequentemente temos de afirmar que não há crise política real, mas apenas um bando de idiotas que querem jogar com a impopularidade das medidas para ganhar pontos, e estão dispostos a fabricar uma aparência de discórdia para tal. Sim, sabotagens são divertidas, mas eu gostava que se preocupassem com as contas do estado. A alternativa é que estamos governados por loucos, que não têm a noção do que se passa, nem das medidas que tomam, e da sua responsabilidade. Já bastou o Sócrates.
Estes sacrifícios têm de valer a pena. E não joguem com eles para superarem caminhadas no deserto. Eles são para superarmos esta crise. Nunca pensei ver o meu país ir à falência. E ainda menos que estes tontos no barco a afundar ainda andassem aos berros sobre quem haveria de ser o melhor capitão.
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