Há outros modelos possíveis, no entanto, e lembrei-me outro dia do Channel 4, no Reino Unido.
O Channel 4 é um canal público, independente do poder político, que tem como missão promover a inovação e a experimentação, financiado essencialmente através de patrocínios («sponsorships») e rendimentos comerciais (publicidade).
O canal não visa o lucro, no entanto. Tem estatuto «not-for-profit» e tem de reinvestir o dinheiro que recebe no próprio canal.
Naturalmente, há quem proponha privatizar o Channel 4, e não é pacífico que o Channel 4 seja uma entidade pública (curiosamente, o canal foi lançado quando o primeiro Governo de Margaret Thatcher estava no poder). De qualquer forma, pelo que tenho lido, o Channel 4 tem sido bem sucedido comercialmente, o que, provavelmente combinado com a sua forma de financiamento, tem dificultado a vida a quem a apoia a privatização.
Ao ir ao «site» do Channel 4 para escrever este breve apontamento, li ainda que o Channel 4 deve, por lei, apresentar um relatório em que justifica a sua programação à luz da missão de serviço público a que se encontra adstrito («Statement of Media Content Policy»).
No «site» da RTP não encontrei referência um documento equivalente. Parece-me uma boa prática a adoptar, de qualquer forma, mantendo-se a lógica do serviço público. Primeiro, define-se claramente o que é o «serviço público». Depois, obriga-se o canal a justificar os seus conteúdos à luz dessa definição.
Boa pesquisa João.
ResponderEliminarPor cá o mecenato em comunicação social dificilmente resultaria. Há demasiados interesses.
Se esta noticia http://www.publico.pt/Política/alberto-da-ponte-vai-presidir-a-administracao-da-rtp-1561820
sobre Álvaro da Ponte fôr verdade para a Presidência da RTP, não há nada por que nos preocuparmos. A RTP já foi "concessionada".
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
Abraço