quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Índíce de salvação do Planeta


Atualmente o petróleo está fortemente suportado pelo seu valor de mercado. Este valor por sua vez parece encontrar-se muito alto tendo em conta o valor real.

Felizmente, por outro lado, o valor real das energias renováveis parece ser bem mais promissor, tão promissor ao ponto de dar fortes esperanças de existir potencial para a subida dos níveis da sua procura para níveis superiores aos da procura do petróleo.
Para que este potencial gerador de procura seja aproveitado de forma significativa talvez precisemos de levar as empresas produtoras de energias renováveis a financiarem-se nos mercados financeiros, combatendo frente a frente com o petróleo.

Este combate deve ser feito com a consciência de que a obsolescência do petróleo em relação às energias renováveis tende a ser cada vez maior e que por isso o valor real do petróleo tende também ele próprio a ser menor. Ao verificar-se tudo isto, a afetação do valor de mercado do petróleo, devido à diminuição da procura que daí advém, torna-se a consequência mais natural.

O que acontece atualmente é que a maioria das grandes empresas que oferecem soluções energéticas sustentáveis já são financiadas nos mercados, no entanto acontece também que nenhuma dessas empresas isoladamente tem realmente impacto no preço do petróleo, já que por trás deste está não uma mas um conjunto de empresas.

Assim sendo, e como resposta, talvez seja interessante pensar-se na criação de um novo Índice, à semelhança por exemplo do Dow Jones Industrial Average, mas que faça englobar o conjunto das empresas mais promissoras na área das energias renováveis.

Do ponto de vista do investidor, e numa fase inicial, a principal razão para investir neste Índice seria o facto das perspetivas de retorno em termos percentuais serem tendencialmente maiores do que as de investimento no petróleo, embora em termos de volume de mercado estejamos a falar de valores muito baixos e por isso o capital investido tenha que ser tendencialmente menor.

Do ponto de vista das empresas haverá certamente também grandes vantagens na adesão ao Índice, uma vez que o financiamento lhes facilitará escalar o mercado com maior robustez.

E tudo isto porquê?

Porque o que queremos não é petróleo mais apetecível por estar mais barato, mas sim um petróleo mais barato por ser obsoleto, tão obsoleto que explorá-lo seja um negócio pouco rentável.

5 comentários:

  1. Parece-me disparatado dizer que o preço do petróleo está demasiadamente alto. Esse preço é determinado pela lei da oferta e da procura. O preço representa aquilo que os consumidores estão dispostos a pagar pelo petróleo que consomem.
    Por outro lado, as energias renováveis não são uma verdadeira alternativa ao petróleo. O petróleo, atualmente, serve sobretudo para fazer mover veículos - carros, navios e aviões. Ele é em grande medida insubstituível nessa função - as alternativas são todas (ou inexistentes ou) muito mais incómodas para o utilizador do veículo.

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  2. Viva Luís, antes de mais muito obrigado pela sua resposta. Vamos por partes, comecemos com algumas definições:

    - Valor de mercado = Resultado do ajustamento natural entre oferta e procura. Ou pelas suas palavras: "Esse preço é determinado pela lei da oferta e da procura. O preço representa aquilo que os consumidores estão dispostos a pagar pelo petróleo que consomem."
    -Valor real = Resultado da diferença entre o custo de produção e a depreciação (o grau de obsolescência) a que o produto está sujeito. Este valor interfere nos níveis de procura.

    Se em termos práticos as energias alternativas tendem a ter um grau de utilidade cada vez mais próximo do grau de utilidade do petróleo, no mínimo dizemos que o valor real dessas mesmas energias se aproxima do valor real do petróleo.
    Simplificando, se o valor real do petróleo pouco cresce e o valor real das energias renováveis é menor que o do petróleo, mas cresce mais, o valor real das energias renováveis aproxima-se do valor real do petróleo.
    Desta aproximação resulta um aumento da procura das energias renováveis. Este aumento da procura transposto para o mercado faz o valor de mercado do petróleo descer em relação ao das energias renováveis.
    A diferença entre o que acontece atualmente e o que proponho com o Índice é que hoje o valor de mercado do petróleo flutua muito correlacionado com a flutuação de algumas economias mesmo que o valor real esteja relativamente estável, no futuro a influência do valor real deverá desempenhar um papel mais preponderante nesta flutuação.
    Falando numa linguagem mais técnica (que para mim é mais simples), a resistência no chart do petróleo terá uma maior relação com o valor real do petróleo pois os níveis de procura passam a ter eles próprios também uma resistência inferior.

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    1. O seu raciocínio é baseado na premissa de que "as energias alternativas tendem a ter um grau de utilidade cada vez mais próximo do grau de utilidade do petróleo". Porém, como eu referi, essa premissa não parece ser verdadeira. De facto, as energias alternativas não substituem o petróleo nas suas aplicações principais - como combustível líquido para aviões, navios e automóveis. Nenhum avião - exceto alguns "brinquedos" só para um tripulante - funciona a eletricidade. Um veículo a eletricidade tem muito pouca autonomia, e também nenhum navio funciona dessa forma.

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    2. O Luís considera que a utilidade das energias renováveis subiu menos (ou o mesmo) em termos percentuais, por exemplo nos últimos dez anos, do que subiu em termos percentuais a utilidade do petróleo? Ou considera apenas que aquilo que as energias renováveis cresceram não significou, em altura alguma, uma "perda de terreno" da aplicação prática do petróleo para a das energias renováveis?

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  3. Simão gostei da abordagem inovadora ao preço do petróleo. E a criação do Indice divido que as 7 Irmãs e que os comglomerados a maior parte deles monopólios estatais, deixassem esse mercado florescer. ´
    Recorrendo a várias estratégias e até mesmo á aquisição para congelamento das patentes na gaveta.
    Em comparação ás renováveis. Sinceramente parece-me que apostámos cedo de mais em formas de produção de energia renovável pouco eficientes e por isso pagamo-lo na factura.
    Um forte Abraço

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