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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mais 1150 Burrocratas Álvaro?

Parece que 1000 técnicos do IEFP vão passar a ser designados gestores de carreira. Vide aqui
150 hoje dirigentes, também passarão ao cargo de gestor de carreira. 
Além do simples facto do IEFP, ser uma instituição totalmente desfasada da realidade, do nosso mundo laboral, não seria mais importante, mudar mentalidades e não apenas a semântica?

Pior o objectivo de querer aumentar em 50% as colocações, num contexto económico como o nosso é um objectivo curioso. 

Como sempre, como a mudança da realidade é dificil opta-se pela cosmética. 

Espera mais de um estrangeirado anglo-saxónico Álvaro...




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dinamismo

Este artigo de Bruno Faria Lopes é bastante elucidativo relativamente às consequências práticas da célebre «política dos salários baixos»: resulta em emigração. Enquanto cá em Portugal não tivermos uma cultura empresarial dinâmica e apostada em investir na qualificação dos vários colaboradores da empresa, desafiando-os e apostando neles, não vamos a lado nenhum.

É preciso apostar nos colaboradores. É preciso investir nos colaboradores, sem ver a aposta na qualificação como deitar dinheiro fora, mas sim como uma forma de tornar a empresa como um todo mais produtiva e portanto mais capaz de gerar lucros. É preciso não apenas copiar as melhores práticas, mas tentar continuar a melhorá-las, e investir em inovação de forma constante.

É preciso encarar a empresa como uma comunidade em que todos são bem tratados e em que o mérito e o trabalho em equipa são valorizados, e não como algo rigidamente dividido entre «patrões» e «trabalhadores». É preciso encarar a empresa como uma comunidade em que se compreende que todos têm a ganhar se todos os membros dessa comunidade forem devidamente valorizados, remunerados e desafiados.

É preciso uma cultura de risco, em que as pessoas saem da sua zona de conforto e tentam criar novas coisas e, quando falham, tentam de novo até conseguirem. Uma cultura em que ter uma carreira variada não seja visto como algo de negativo à partida. É preciso que o auto-emprego seja uma verdadeira alternativa e que o desemprego seja uma oportunidade de mudar para melhor, e não um drama de difícil resolução.

O mercado do trabalho em Portugal tem de mudar como um todo. Flexibilizar a lei laboral é importante para que as coisas mudem, mas não é tudo. É preciso fomentar esta mudança de mentalidades, e isso apenas se consegue flexibilizando a economia como um todo, não criando entraves excessivos à criação de novas empresas (e portanto à sua entrada no mercado) e também promovendo a existência de concorrência entre as empresas.

Com essa mudança cultural, as pessoas passarão a encontrar em Portugal as oportunidades que hoje encontram no estrangeiro. Passaremos também a ter uma economia mais aberta e mais dinâmica, o que fomenta o desenvolvimento económico. Faltaria então que mudássemos o paradigma actual das grandes obras públicas levadas a cabo com critérios de rentabilidade muito dúbios (e que nos cobriram de dívidas) para um paradigma de manter a dívida pública sob controlo e usar o dinheiro público de forma sensata.

O programa da Troika inclui quer uma componente de finanças públicas como uma componente de reformas estruturais em diversos sectores. São essas reformas estruturais que nos visam devolver o dinamismo económico e o potencial de crescimento que neste momento não temos e que é fundamental levar a cabo para que, no futuro, estejamos a ler artigos em que se explicam os motivos que levam as empresas estrangeiras a investir em Portugal e a imigrantes qualificados quererem vir para Portugal.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Um País de Acomodados

Com a crise económica a prolongar-se por mais uns anos do que o esperado e o desemprego a assumir níveis muito preocupantes, os jovens portugueses, também conhecidos como a geração «dos 500 euros», «à rasca», «dos recibos verdes» (ou mais sucintamente «sem emprego») começam a dar ares de estarem realmente fartos de toda esta conjuntura. A habitual apatia, problema sério no nosso país, começa a desvanecer e cada vez maior é a mobilização da juventude para denunciar o que está mal.

Contudo, denunciar o que está mal é apenas o trabalho mais fácil. A questão que impera é: «Como?». Em que medida estamos nós a discutir soluções e estamos dispostos a aplicá-las? Um sério compromisso de mudança não vingará sem esforço por parte de cada um de nós.

Portugal é o país do comodismo, onde reina uma filosofia de vida que tem como máxima «deixar que os outros nos resolvam a vida». Estamos constantemente à espera que nos digam o que fazer e como fazer. Não importa porque o fazemos dessa maneira e não de outra. Desde a escola primária que temos pessoas (primeiro os professores e pais, depois patrões e até mesmo o Estado) a dizer-nos o que estudar, o que temos de saber e até quase (arrisco) o que pensar. A escola deveria ser muito diferente do que é hoje: deveria dar a oportunidade aos seus estudantes de aprofundarem as temáticas que realmente gostam (ao contrário de seguirem um leque rígido de programas, muitas vezes mal preparados), levar os alunos a construírem o seu próprio conhecimento, estimulando o desenvolvimento de metodologias de trabalho próprias, consciencializar os alunos de que eles são os verdadeiros responsáveis pelo seu futuro. Precisamos de uma escola que forme cidadãos responsáveis, críticos e empreendedores. É óbvio que nem todos temos de ser grandes líderes e visionários, mas todos podemos ser pessoas mais aptas a ultrapassar os problemas com que, naturalmente, nos deparamos diariamente.

Do mesmo modo, o Estado deveria procurar mudar as suas políticas de apoio ao tecido empresarial. Subsidiar não é a solução para tornar as nossas empresas mais competitivas e para criar empregos. Subsidiar só tem como efeito prático o enraizamento do comodismo. Enquanto as empresas andarem protegidas debaixo da «asa» do Estado, não seremos ousados e inovadores o necessário para conseguirmos vencer. Nenhuma criança aprende a andar de bicicleta se estiver constantemente apoiada pelas rodinhas auxiliares. Analogamente, as empresas só aprenderão a concorrer neste mercado global se o enfrentarem pelos seus próprios meios. Não tenho dúvidas de que o conseguiríamos, quiséssemos nós, como demonstram os múltiplos casos de sucesso de portugueses, cá dentro e lá fora.

Todas estas matérias têm sido bastante abordadas aqui no blog, mas a verdade é que assumem uma importância central quando queremos realmente mudar alguma coisa!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Censos 2011

A maior operação estatística realizada em Portugal está de regresso e começará já no mês de Março, dez anos depois do último recenseamento da população e alojamentos. Apesar da inovação que o Instituto Nacional de Estatística faz questão de destacar no seu site (como e e-censos, em que as pessoas poderão responder aos inquéritos através da internet), o certo é que serão necessários milhares de recenseadores dispostos a fazer o serviço porta a porta.

Como muitos estudantes universitários (que pagam propinas avultadas), também eu me candidatei a um lugar de recenseador. À conversa com um dos coordenadores da minha Junta de Freguesia, apercebi-me que os dados relativos aos candidatos constituem um bom retrato do estado do (des)emprego no nosso país: para as cerca de 23 000 vagas concorreram 50 000 pessoas; grande parte destes indivíduos está desempregada (mais de 1/3), sendo que 17% são jovens licenciados; a média de idades ronda os 30 anos.

Esta «corrida aos censos», infelizmente, em nada nos surpreende numa altura em que a taxa de desemprego assume valores recorde (10,9%). Só espero que, se em virtude desta mega operação os valores do desemprego diminuírem ligeiramente (afinal, os desempregados candidatos a recenseadores ainda representam quase 0,3% da população activa), o sr. primeiro-ministro José Sócrates não tenha o descaramento de tentar tirar proveito da situação, como já nos habituou, tentando desesperadamente dar alguma credibilidade às políticas que o seu governo tem vindo a seguir.

As novidades

Este ano, e pela primeira vez, será possível responder aos inquéritos através da internet, as uniões entre homossexuais serão observadas e será feita uma georreferenciação, em suporte digital, dos edifícios de alojamento destinados à habitação.

A despesa

Segundo o Público, o orçamento total desta operação ronda os 50 milhões de euros, dos quais 2,5 milhões serão gastos em campanhas de publicidade em vários meios de comunicação, tais como «televisão, rádio e outros».

O modelo espanhol

O Público avança também que a Espanha irá este ano alterar o seu método de recenseamento, esperando poupar cerca de 300 milhões de euros. «Rompendo com o critério da universalidade, o Instituto Nacional de Estatística Espanhol inquirirá apenas 10% dos cidadãos, em vez de distribuir os inquéritos casa a casa, extrapolando depois os resultados à restante população».