segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Eu não sou Anonymous

Eu não sou anónimo. Não admito submergir-me na multidão e perder a minha identidade e a minha individualidade. Não quero esconder-me atrás de uma máscara. Quero dar a cara pelas minhas ideias a participar no debate público democrático, exercendo os meus direitos e aceitando as minhas responsabilidades. Quero que respeitem a minha privacidade e respeito o Estado de Direito que ma garante.

Defendo que a liberdade e a democracia não são incompatíveis e que não é pondo em causa o Estado de Direito que a Democracia ou a Liberdade são defendidos. Conheço os meios que se encontram disponíveis para que eu possa intervir no debate público e estou mais que disposto a juntar-me a outros que defendam as minhas causas - e até a ajudar quem não as defenda mas pretenda defender as suas causas de forma legítima.

Eu li o «V for Vendetta» e vi o filme (prefiro a banda desenhada original, escrita por Alan Moore). Sei o contexto em que foi escrito e vi uma entrevista com o autor a explicar o seu pensamento. Não me revejo nos métodos de V e não vejo que a nossa sociedade actual seja sequer uma aproximação da sociedade em que V vivia. Por muito imperfeita que seja a nossa democracia, ela existe, e deve ser reformada, não dinamitada.

Eu conheço a história de Guy Fawkes e não me revejo em alguém cujo objectivo era fazer explodir as «Houses of Parliament». Não acredito também em teorias da conspiração, que simplificam um mundo extremamente complexo e procuram bodes expiatórios, em vez de debaterem as questões e procuraram soluções para os problemas com os quais nos defrontamos.

Eu não sou Anonymous. Sou liberal e democrata. Falo por mim e defendo a liberdade de todos de falarem por si próprios. Considero que todas as pessoas são seres dotados de identidade própria e de uma individualidade própria irrepetível que não é apagada pelo uso de máscaras. E recuso-me, absolutamente, a esconder-me atrás de uma máscara e a submergir na multidão.

2 comentários:

  1. «Quero dar a cara pelas minhas ideias a participar no debate público democrático, exercendo os meus direitos e aceitando as minhas responsabilidades.»

    Já assinaste ?

    http://ilc-democraciaparticipativa.org/

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  2. Perdõe-me o cinismo mas democracia participativa exige uma sociedade civil, não cacicada como a nossa e em que os iniciativas cidadãs não sejam instrumentalizadas por Partidos e Sindicatos.
    Depois pela minha formação em Gestão não é uma boa opção Custo-Beneficio, recolher 35000 assinaturas, que sem apoio dos Partidos é chumbada na hora. Quem sabe o que é recolher assinaturas em Portugal, veja-se o caso da ILC relativa à precariedade, sabe que não é fácil.
    Para isso é pedir o referendo para determinada matéria e ser o Povo a decidir, agora estas misturas de democracia representativa, com participativa não funcionam na minha opinião.

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