A confiança é o motor de uma economia de mercado, de um Estado de Direito e de uma democracia saudável. A confiança é necessária para que existem trocas, para que as leis sejam respeitadas e para que o debate público seja frutuoso (ou tenha sequer lugar).
A falta de confiança tem, naturalmente, o efeito oposto. Gera medo. Gera o afastamento das pessoas. Enquanto a confiança gera uma comunidade mais coesa, mesmo que plural, o medo gera conflitos, que por sua vez geram mais medo. O frutuoso intercâmbio que nasce da confiança definha.
Tendo medo, procura-se algo que lhe ponha cobro. Um protector, alguém que prometa acabar com toda a incerteza. Alguém que explique as coisas de forma simples e apresente soluções aparentemente de senso comum para problemas que outros tratam de forma incompreensível (ver também aqui).
A erosão da confiança e o triunfo do medo são causa de estagnação, de declínio, de isolamento e terreno fértil para o surgimento de movimentos anti-democráticos autoritários. O medo torna a individualidade, assente na liberdade, algo de aparentemente trivial, e de fácil sacrifício em nome da segurança aparentemente conferida por um colectivo mais homogéneo.
Restaurar a confiança das pessoas é fundamental para garantir que todas as liberdades que conquistámos, que todas as garantias que conquistámos, sejam mantidas. É importante para que a economia funcione, mas também para que a democracia funcione. Porque a confiança é a base de uma comunidade livre.
Por isso é que é fundamental criar mecanismos de Transparência e Justiça.
ResponderEliminarTransparência com medidas como publicação de todos os gastos públicos em formato observável.
Justiça também na forma como se gastam os dinheiros públicos. Porque não é só nos tribunais que se faz justiça.
Na mouche João!
ResponderEliminarFukuyama,fartou-se de falar nisso.
Infelizmente, parece-me que nesta fase, alguns actores da nossa sociedade civil(sindicatos,confederações patronais, etc), estão num estado em que não estão dispostos a entrar em acordos e não por falta de confiança, mas pior por falta de ideias.