segunda-feira, 4 de abril de 2011

Os mercados não acalmam (III)

Andamos a brincar à contabilidade. Os Governos põem a redução do défice público (por vezes, da dívida pública) como suposta prioridade e depois, através de desorçamentações e truques contabilísticos vários, apontam para um número e dizem: "Vêem, vêem, nós reduzimos o défice!"

Mas depois vamos ver as empresas públicas e estão cheias de dívidas. E temos de ter atenção com a forma de contabilizar as coisas - são contabilizadas como, e quando? Andamos a tentar que as coisas sejam contabilizada de forma 'favorável' (no curto prazo), e depois aponta-se para o número e diz-se: "Vêem, vêem, nós reduzimos o défice!"

Entretanto, a dívida cresce. Alguma, não se vê. E passados uns anos, o amanhã para o qual foram empurrados os problemas, esse amanhã chega. Torna-se hoje. E hoje, temos de pagar. E não temos dinheiro para pagar. Tentamos o que sempre fizemos, empurrar para o futuro. Só que agora, chegou mesmo a altura de cobrar. E quando olhamos para os números outra vez, o que nos dizem é que a dívida pública é imensa, o défice é bem maior do que antes se dizia (mudaram as regras contabilísticas!).

O problema sempre lá esteve, e agora temos de o pagar. E o que toda a gente vê é isso mesmo.

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