O que acontece muitas vezes é que, sendo implícitas e inconscientes, as pessoas não se apercebem das implicações a essa nível das posições que tomam. Mas as consequências estão lá. Podem é não ter sido examinadas criticamente pela própria pessoa, que aliás as poderá considerar puro e simples «senso comum», não conhecendo até outras posições alternativas.
A Filosofia, dado que mexe com os pilares daquilo em que acreditamos e daquilo que pensamos, tem consequências profundas quer a nível individual, quer a nível colectivo (na medida em que os indivíduos se inserem numa comunidade). Pensar sobre Filosofia e aprendê-la, por muito esotérico que possa parecer o tema, tem implicações práticas relevantes, ajudando as pessoas a sistematizar e tornar congruente o seu pensamento sobre o que as rodeia.
Todos temos uma ideologia. E no cerne dessa ideologia estão as nossas respostas às perguntas filosóficas fundamentais. Não é indiferente pensar que a existência precede a essência ou o contrário, considerar que o sentido da vida é uma coisa ou é outra, ser céptico ou ser idealista. Vamos defender coisas diferentes, pensar coisas diferentes, até pensar de forma diferente - e agir em conformidade, o que tem impacto quer relativamente a nós, quer relativamente aos outros.
Parte do nosso debate público é um debate filosófico, nos quais os próprios pilares de como encarar a nossa existência se encontram em jogo. Esse confronto pode estar sempre implícito. Mas está sempre lá.
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