Uma cultura de debate envolve capacidade de encaixe por parte dos membros dessa comunidade, que sabem que as suas posições não são as únicas que existem e que se encontram por definição em confronto com outros pontos de vista. Envolve ainda uma valorização da participação activa em debates, o que leva a que as pessoas participem nos mesmos por sua própria iniciativa.
Uma democracia liberal assente numa comunidade em que existe uma forte cultura de debate é uma democracia mais forte, porque se pode encontrar um dos seus pilares (o debate) nos valores que tendem a ser partilhados pela maioria da população. Por contraste, uma democracia assente numa população apática e pouco interventiva, que prefere delegar completamente a política nos políticos profissionais, tenderá a não ter a pujança que poderia ter.
Fomentar uma cultura de debate é importante para fomentar a própria democracia. Penso que alterações às nossas instituições formais são necessárias (reforma eleitoral, etc.) e que poderão servir para fomentar esta mesma cultura de debate. Penso também que a sociedade civil organizada tem um papel fundamental a desempenhar também, tal como os «media». Finalmente, a organização de clubes de debate nas próprias escolas, por alunos para alunos (com supervisão de professores) seria também importante.
Uma democracia alicerçada numa cultura de debate é uma democracia fortalecida. A forma mais simples de fomentar uma cultura de debate é participar activamente no debate público, fomentando-o. A blogosfera é uma forma de o fazer, como haverá outras.
Por agora, é esta que me ocupa.
Olá a todos
ResponderEliminarRecentemente dois partidos com assento parlamentar parece que se interessaram pela questão dos direitos dos animais / bem estar animal, nomeadamente o Bloco de Esquerda ao anunciar a 9 de março que irá propor dois projetos-lei; um que proibirá a financiamento público às touradas e um outro que proibirá a sua transmissão no canal público RTP. (ver em http://www.esquerda.net/artigo/bloco-quer-acabar-com-financiamento-p%C3%BAblico-de-touradas/22248). Por outro lado o grupo parlamentar do PS deu entrada a 15 de fevereiro do projeto-lei n.º 173 que propõe a alteração do estatuto jurídico dos animais (ver em http://farpasblogue.blogspot.pt/2012/03/projecto-lei-n-173-ps-prepara-ataque.html).
As questões que queria colocar ao Cousas Liberais são as seguintes: O Estado deve legislar sobre esta questão (bem estar animal)? A relação homem-animal pertence ao foro individual? O animal é uma simples propriedade? Quanto bem estar animal e cultura são inconciliáveis o que é que prevalece?
Cumps.
Falando a título pessoal (como falam todos aqui!), penso que se deve proteger o bem estar animal (inclusivamente de forma legislativa) e que quando o bem estar animal e a tradição são inconciliáveis, a tradição deve ceder - e fundamentalmente, oponho-me a dinheiro público a ir para touradas, por exemplo.
EliminarO animal não deve, para mim, ser encarado como se de algo de inanimado se tratasse. Sem entrar em pormenor, porque daria pano para mangas, tenho interesse em ver propostas sólidas sobre direitos dos animais que lidem adequadamente com todas as questões que se possam colocar (como por exemplo, a questão da representação do animal não-humano no exercício dos seus direitos, etc.).
A Tradição deve ser? ´
EliminarEu nunca fui a uma tourada na vida, mas já fui a largadas/garraidas e não se deve meter no mesmo saco tudo o que tem a ver com a tauromaquia.
Quem não quer que os animais sofram sabe que matar o bicho na arena é melhor, sofre menos tempo e há alguns que são lidados várias vezes.
A minha terra tem uma das poucas praças de toiros ao Sul do Tejo, é uma atracção turistica e parte da nossa identidade, seja da freguesia dentro do, concelho,seja do concelho dentro do Algarve.
Temos cavaleiros e mestres na arte de tratar os animais sejam cavalos ou toiros.
Vergonhoso, este Estalinismo Politicamente Correcto.