O nacionalismo paga-se. A peso d'ouro. Todas as protecções, todas as barreiras, todas as empresas estratégicas e todos os desígnios nacionais.
O nacionalismo não se come e não paga dívidas. Demasiadas vezes, causa dívidas e gera confrontos. Em tempos de crise, o nacionalismo serve para unir - pelo medo.
O nacionalismo traduz-se demasiadas vezes em manifestações de egoísmo colectivo e em manifestações de desprezo por outros. Pode mascarar complexos de inferioridade ou traduzir complexos de superioridade e arrogância.
O nacionalismo é o tipo de mecanismo de defesa que nos tolda a auto-crítica ou exacerba o desdém. Ou nos impede de ver problemas, ou cria problemas onde eles não existem. Impede-nos de pedir ajuda ou ajudar, sugere-nos o rancor e a culpa ou ódios colectivos em vez de tratar cada pessoa como uma pessoa.
O nacionalismo fecha o que deve ser aberto, promove o medo em vez da cooperação, e asfixia o desenvolvimento ao impedir as trocas culturais. A arrogância nacionalista é oca e torna-nos mais frágeis.
Sentir que fazemos parte de uma certa cultura não nos impede de ser mais do que isso. O nacionalismo leva a que se procure aquilo que diferencia e não aquilo que une. Marca as pessoas com base em onde nasceram e de quem nasceram e não com base naquilo que pensam ou fazem.
O sentimento de pertença que sentimos em relação a quem nos está mais próximo não se reduz a uma "nação" abstracta, e não nos impede de nos sentirmos parte de outros grupos.
O nacionalismo não é uma fatalidade, embora possa bem ser fatal.
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