sábado, 8 de dezembro de 2012

José Pacheco Pereira

José Pacheco Pereira tem uma ideia para o país conhecida do grande público: a privatização da RTP. De resto, tal como Manuela Ferreira Leite, nada.

José Pacheco Pereira faz a sua vida escrevendo artigos e livros e falando na televisão. Tem também blogues. À parte uns artigos genéricos sobre o funcionamento dos partidos, e alguns artigos históricos, o conteúdo útil do que escreve, em termos políticos e económicos, é quase nulo.

Pouco mais temos que juízos de intenção, manifestações de desprezo (e ignorância) económica e financeira, e nenhuma capacidade para ir além das mais cursórias e pouco profundas observações sobre aquilo que nos rodeia. Tudo apresentado com o tom de alguém que se tem em alta conta, com constantes tentativas de desqualificar intelectualmente aqueles que defendem ideias com as quais não concorda.

José Pacheco Pereira tem imagem de iconoclasta que pensa por si porque não se limita a seguir a linha partidária do PSD. Mas lê-se e ouve-se o que ele escreve e diz e é notório que nos encontramos perante alguém entrincheirado no regime actual. Enquanto lhe aponta os vícios, vai avançando, como se de verdades absolutas se tratassem, e sem grande argumentação, os chavões que lhe subjazem.

Sem ideias senão as feitas, com uma única proposta concreta e uns pozinhos nacionalistas sobre a UE, sem saber economia e finanças (e desprezando-a) José Pacheco Pereira reduz tudo a uma visão simples (supostamente realista) fa política. É, tal como por exemplo Marcelo Rebelo de Sousa, um dos comentadores do regime que lhe servem também de arquétipos. Neste caso, o intelectual que comenta, com aberta soberba, o país.

Pacheco Pereira passa por iconoclasta, mas nada diz que nos ajude a resolver a crise. Nisso, está bem acompanhado no mundo dos comentadores em Portugal. E o seu "pensamento político" e desprezo pela economia e finanças nada têm de iconoclasta neste país.

Pacheco Pereira, tal como Manuela Ferreira Leite, aparecem em público a dizer coisas. Coisas que parecem muito bonitas, acusações 'standard' e de resto, pouco mais. De cima para baixo, afirmam as suas verdades. Nenhuma vitória se lhes conhece, enquanto titulares de posições políticas relevantes, na luta contra os nossos problemas políticos ou financeiros.

Que nos adianta pensamento preso no passado e em discursos fáceis na resolução dos nossos problemas? Nada. Mas o estatuto dos Josés Pachecos Pereiras desta vida parece indestrutível, apesar de uma pessoa se perguntar o que é que efectivamente fizeram, politicamente, que justifique esse estatuto

É pena. Mas elucidativo.

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