domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bloco? Daqui planeta terra

Para o bloco, uma moção de censura contra 199 dos 230 deputados da assembleia, não é um fracasso.
Sim, é isto mesmo.

«Se o Socialismo está realmente "fora da História", se o seu projecto deixou de seduzir por nada ter de sedutor, nenhuma magia o restituirá ao esplendor das suas ilusões, àquele momento momento que se supôs "luz da História" e seu fogo reparador. Mas nenhuma História está escrita salvo a morta. O Socialismo não se regenerará por uma cosmética política copiada do seu adversário com muita publicidade e internet. O Socialismo precisa de ser reinventado para poder ser ainda - se tal for possível - o actor da História e a alma do futuro que imagina para o comum dos homens. O Socialismo é filho da História e o que a História lhe deu a História lhe tira» Eduardo Lourenço, "Esquerda na encruzilhada ou fora da História?", Finisterra, 2002.

   Creio que estas palavras de Eduardo Lourenço deveriam ser o princípio da reflexão de qualquer líder de esquerda, que diga ser verdadeiramente de esquerda, deve ter em relação à sua consciência do que é a esquerda ela mesma. Se existe uma esquerda-essencial a que Francisco Louçã quer apelar, um imperativo Histórico da sua mesma existência como força política, a consciência dessa realidade deve impelir o pensador Francisco Louçã a fazer algo mais que uma moção contra ele próprio. E quanto mais o fizer, mais fora da História ele mesmo, e a esquerda-ideia que procura transportar, se encontrarão aos olhos de quem procura pensar política numa cidadania mais profunda.
   Ou não será o desejo de uma cidadania mais profunda uma ideia de esquerda?

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