Mas uma economia de sucesso não existe porque a sorte assim o ditou ou porque (como alguns dizem, leia) certos povos estão geneticamente melhor capacitados para atingirem o êxito. O sucesso advém, principalmente, de um esforço prévio em formação, de uma séria aposta na educação e inovação e de um investimento contínuo no capital humano.
Num mundo cada vez mais «tecnológico» e globalizado, como o dos dias que correm, em que os valores das trocas internacionais são colossais e os mercados cada vez mais dinâmicos e competitivos, inovar é palavra de ordem! Inovar pela qualidade, oferecendo novos bens e serviços ou pela criação de métodos de produção e gestão mais produtivos.
Os indivíduos, os seus conhecimentos e as suas capacidades (os únicos agentes habilitados para inovar) são, sem dúvida, o factor de produção mais importante dos nossos dias. Apostar na nossa formação é, portanto, uma aposta ganha, desde que tenhamos em conta que esta não se esgota nos bancos das escolas e universidades. A formação deve acompanhar-nos ao longo de toda a nossa vida profissional, de modo a mantermo-nos sempre trabalhadores actualizados, capazes de responder com sucesso aos constantes desafios lançados pelo progresso tecnológico e por consumidores cada vez mais exigentes.
A educação é o pilar do crescimento económico e do desenvolvimento e tal pode ser facilmente confirmado comparando os níveis de educação com os níveis de produtividade de qualquer país. Citando Stiglitz (Prémio Nobel da Economia em 2001), «não é o fosso entre recursos, mas sobretudo o fosso em relação ao conhecimento, que separa os países desenvolvidos dos menos desenvolvidos».
O primeiro grande passo rumo ao desenvolvimento (e a minha esperança para os muitos países que não se libertaram ainda das malhas do subdesenvolvimento) é perceber tudo o que sumariei nas linhas acima; o segundo, e talvez o mais difícil, é delinear uma estratégia vencedora, capaz de orientar todos os meios (quase sempre escassos) na alfabetização e escolarização dos indivíduos.
Importa ainda relembrar que uma melhor educação traz não só benefícios económicos, como também tem efeitos positivos ao nível das liberdades individuais. Uma sociedade mais informada e mais instruída é também uma sociedade com mais espírito crítico, capaz de pôr em causa e lutar contra aquilo que considera errado nos sistemas vigentes.
Portugal melhora em Inovação
Desde 2006 Portugal subiu 7 posições no European Innovation Scoreboard.
O país continua, no entanto, muito aquém da média europeia nos itens «investimento das empresas» e «recursos humanos».
«Portugal is one of the moderate innovators with a below average performance. Relative strengths are in Open, excellent and attractive research systems, Finance and support and Innovators. Relative weaknesses are in Firm Investments, Intellectual assets and Outputs.
Positive growth is observed for most indicators and in particular for Business R&D expenditure, PCT patent applications in societal challenges and Community designs. A substantial decline can be observed for Venture capital and Non-R&D innovation expenditure over the 5 year reference period, although Venture capital has almost doubled in 2009 with respect to 2008. Growth performance in Open, excellent and attractive research systems, Linkages & entrepreneurship and Intellectual Assets is below average. In other dimensions it is below average».
Dados retirados do European Innovation Scoreboard
O que me parece, e em sequência de um dos artigos anteriores, é que em Portugal, apesar de todos os sucessos no campo da Investigação e Desenvolvimento que conhecemos através da televisão e dos jornais, o medo de arriscar e ser inovador está ainda muito presente entre o tecido empresarial português. Atrair talentos e profissionais dinâmicos (incluindo os nossos próprios bons profissionais portugueses) e acabar com a dependência dos subsídios do Estado é o que país precisa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarDeve existir mais educação orientada para o ensino acerca das ferramentas que permitem adquirir autonomia na conquista de informação.
ResponderEliminarAssim se fometa a inovação.
Talvez eu pareça demasiado radical mas na minha opinião, actualmente é mais bem sucedido em termos de inovação quem gere bem, de forma autónoma, a sua própria educação, do que quem depende do programa de uma boa universidade, por exemplo.
Entrepreneurs fazem falta na nossa sociedade e estes individuos normalmente estão livres dos limites impostos e incutidos por programas rigidos de instituíções de ensino. Eles pretendem inovar, distinguir-se e preferem personalizar o acesso à informação selecionando-a de acordo com as suas necessidades ao longo da carreira do que aceder a informação standartizada e fornecida a uma velocidade limitada.
Fala-se bastante de Business Intelligence actualmente, mas Education Intelligence também faz sentido.
Peço desculpa se dispersei muito em relação ao tema do post.
*Leia-se "Assim se fomenta[...]" e não "Assim se fometa[...]"
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