«(...)Chant me the poem, it said, that comes from the Soul of America, chant me the carol of victory
And strike up the marches of libertad, marches more powerful yet,
And sing me before you go the throes of Democracy
(Democracy, the destin'd conqueror, yet treacherous lip-smiles everywhere,
And death and infidelity at every step.) (...)», Walt Whitman, By Blue Ontario's Shore, I, 1856
E agora, que considerações tirar, que especulações elaborar, e que vocábulos conceptualizar para um mundo que viu dois regimes ditatoriais árabes subvertidos? Um 1989 árabe para aqueles que não acreditavam na possibilidade das nações de maioria muçulmana quererem algo mais ocidental? Ou uma revolução islâmica? Esfumar-se à nos próximos meses ou um dominó de Vietname-que-nunca-aconteceu invertido e recortado para a segunda década do século XXI? Uma certeza eu tenho: estes fenómenos são sempre de tal maneira complexos que as visões simplistas serão sempre jornalistas e os olhos da História escolhem ler apenas tudo o resto que realmente compreende os homens. Daí o meu cepticismo epistemológico dos media pundits e talking points. .
Os sistemas ideológicos das sociedades aceitam os seus regimes conforme esses mesmos reflectem os respectivos paradigmas morais, éticos e estéticos do complexo. Nestes termos, o regime ideal-sem-face será sempre o que de belo, certo e bom cada um de nós acredita, em grupo procura implantar, e a sua decadência seria o resultado de um desencontro entre os dois, uma vez tendo mudado o regime ou a sociedade. Será tal válido para reflectir sobre o nosso insucesso aparente em democracia? (ou como poderíamos nós, portugueses, aspirar a uma democracia sem democratas para a construir e educar?).
Tenho ainda as minhas dúvidas sobre a democratização do mundo como em teoria um mito-ocidente quereria, não porque ache que o povo egípcio é incapaz de o fazer ou outro qualquer, mas porque duvido que no próprio ocidente o regimen democrático e o ethos democrático dessa mítica sociedade dos homens livres exista de facto, não como uma super-potência, mas super-potencialidade. Hoje não somos mais os belos, os bons e os certos do mundo, nem os nossos regimes reformaram-se com o mundo e educaram-nos, gerações-devir, como democratas. Que moral, que ética, que estética podemos consequentemente projectar e exportar para o mundo quando a nossa auctoritas desvanece e a potestas é contestada? Triste ocidente que esta revolta das pirâmides invertidas apenas alimenta a sua negação.
Se a actuação da administração Bush deitaram a terra esse poder ideológico, essa marca-ocidente, pondo em causa não só a politica externa, mas também a interna, roubando eleições e pervertendo o sistema democrático, social, e a opinião publica, se America does not stand for greatness anymore, então o que resta? Ou noutras palavras, se a actual plataforma do partido republicano chegar ao poder em 2012, tornar-se-à séria a proposta do PCP para sair da NATO? E que democracia para o Egipto? E mais grave, que ocidente para o Egipto?
Sou europeísta. Para mim o estado do ocidente é muitíssimo grave. O sistema geográfico que o definia desapareceu, e ainda bem, porque os valores europeus, ocidentais e liberais não devem ser tidos como privilégio ou consequência de um qualquer. Contudo, o sistema político que o permitiu está obsoleto. A marca ocidente não se venderá correctamente com a Europa na sombra dos EUA, com esses mesmos Estados ditos Unidos discutindo a melhor maneira de destruírem as suas próprias liberdades e qualidades de vida, e uma Europa esquecendo-se de si e reduzindo-se à fiscalidade, sem democratas no ocidente, sem liberais no ocidente, sem ocidentais no ocidente.
Em meu entender qualquer solução passará claramente pela Europa. Daí a minha afirmação, com toda o orgulho possível: sou europeísta. Necessitamos de reformar a nossa própria potestas e reclamar para nós a auctoritas moral, ética e estética do ocidente-mito, cada vez mais um ocidente-mundo. Temos de saber formar uma geração de europeus democratas, promover uma integração transparente e democrática sem os erros dos EUA, e saber vender o modelo europeu de globalização.
Depois da chanceler Merkel o primeiro-ministro Cameron tomou posse desse talking point do falhanço do “Mulitculturalismo” nos seus países e na Europa. Pois bem, esse modelo falhou porque era a ausência de modelo. Tal como em todas as outras áreas das políticas europeias a cacofonia dessincronizada à sombra dos EUA provocou ausência de modelos e de consequente auctoritas. O maior desafio não é ter a coragem conservadora de apontar essa ausência ou a coragem socialista de preservar essa ausência, mas sim a coragem liberal de propor e construir, com todos e com os nossos valores, um verdadeiro modelo europeu. Depois podemos falar de exportar a nossa não-existente marca para o Saara.
To a Foil'd European Revolutionaire, Walt Whitman, 1856
Courage yet, my brother or my sister!
Keep on - Liberty is to be subserv'd whatever occurs;
That is nothing that is quell'd by one or two failures, or any number of failures,
Or by the indifference or ingratitude of the people, or by any unfaithfulness,
Or the show of the tushes of power, soldiers, cannon, penal statutes.
Keep on - Liberty is to be subserv'd whatever occurs;
That is nothing that is quell'd by one or two failures, or any number of failures,
Or by the indifference or ingratitude of the people, or by any unfaithfulness,
Or the show of the tushes of power, soldiers, cannon, penal statutes.
What we believe in waits latent forever through all the continents,
Invites no one, promises nothing, sits in calmness and light, is positive and composed, knows no discouragement,
Waiting patiently, waiting its time.
Invites no one, promises nothing, sits in calmness and light, is positive and composed, knows no discouragement,
Waiting patiently, waiting its time.
(Not songs of loyalty alone are these,
But songs of insurrection also,
For I am the sworn poet of every dauntless rebel the world over,
And he going with me leaves peace and routine behind him,
And stakes his life to be lost at any moment.)
But songs of insurrection also,
For I am the sworn poet of every dauntless rebel the world over,
And he going with me leaves peace and routine behind him,
And stakes his life to be lost at any moment.)
The battle rages with many a loud alarm and frequent advance and retreat,
The infidel triumphs, or supposes he triumphs,
The prison, scaffold, garrote, handcuffs, iron necklace and leadballs do their work,
The named and unnamed heroes pass to other spheres,
The great speakers and writers are exiled, they lie sick in distant lands,
The cause is asleep, the strongest throats are choked with their own blood,
The young men droop their eyelashes toward the ground when they meet;
But for all this Liberty has not gone out of the place, nor the infidel enter'd into full possession.
The infidel triumphs, or supposes he triumphs,
The prison, scaffold, garrote, handcuffs, iron necklace and leadballs do their work,
The named and unnamed heroes pass to other spheres,
The great speakers and writers are exiled, they lie sick in distant lands,
The cause is asleep, the strongest throats are choked with their own blood,
The young men droop their eyelashes toward the ground when they meet;
But for all this Liberty has not gone out of the place, nor the infidel enter'd into full possession.
When liberty goes out of a place it is not the first to go, nor the second or third to go,
It waits for all the rest to go, it is the last.
It waits for all the rest to go, it is the last.
When there are no more memories of heroes and martyrs,
And when all life and all the souls of men and women are discharged from any part of the earth,
Then only shall liberty or the idea of liberty be discharged from that part of the earth,
And the infidel come into full possession.
And when all life and all the souls of men and women are discharged from any part of the earth,
Then only shall liberty or the idea of liberty be discharged from that part of the earth,
And the infidel come into full possession.
Then courage European revolter, revoltress!
For till all ceases neither must you cease.
For till all ceases neither must you cease.
I do not know what you are for, (I do not know what I am for myself, nor what any thing is for,)
But I will search carefully for it even in being foil'd,
In defeat, poverty, misconception, imprisonment-for they too are great.
But I will search carefully for it even in being foil'd,
In defeat, poverty, misconception, imprisonment-for they too are great.
Did we think victory great?
So it is - but now it seems to me, when it cannot be help'd, that defeat is great,
And that death and dismay are great.
So it is - but now it seems to me, when it cannot be help'd, that defeat is great,
And that death and dismay are great.
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