quinta-feira, 30 de junho de 2011

Exames Nacionais e o Fim do GAVE

Com a educação em Portugal no estado que se conhece, Nuno Crato (o novo ministro da Educação e Ensino Superior e, para mim, a pessoa mais indicada para o cargo) promete mais exigência e mais rigor quer nas escolas, quer nos exames nacionais. Para tal, prevê que estes sejam feitos não pelo Gabinete de Avaliação Educacional (o GAVE), mas por uma autoridade independente do Ministério da Educação.

Os Exames

Os exames nacionais são um instrumento de avaliação mais do que necessário para garantir que todos os alunos são avaliados da mesma forma e que competem nas mesmas condições (ou em condições mais semelhantes) na procura de emprego ou no ingresso nas faculdades. Os exames servem para promover a igualdade de oportunidades e para assegurar (supostamente) que quem não sabe, não «passa», contornando, assim, possíveis casos de facilitismo em certos estabelecimentos de ensino.

Acredito que este tipo de avaliação deveria ocorrer com maior regularidade, pelo que vejo com bons olhos a sua realização no fim de cada ciclo, assim como a sua substituição pelas ridículas provas de aferição dos 4º e 6º anos.

O fim do GAVE?

Disposto a combater o facilitismo evidente nos exames nacionais (vejam-se as provas de Matemática A dos últimos 3-4 anos), Crato quer que seja uma autoridade independente do Ministério da Educação a elaborá-los.

Esta medida não tem meramente em vista aumentar os níveis de exigência dos exames (certamente seria possível fazê-lo através do actual GAVE), mas, principalmente, acabar com toda a politização em torno dos mesmos. Os exames devem ser um instrumento de avaliação fiável dos conhecimentos e capacidades dos nossos alunos e não servir os interesses políticos de um qualquer governo.

2 comentários:

  1. Olá João,
    Vim “espreitar” o teu blogue e resolvi comentar, sabendo de antemão que não concordarás com a minha visão.
    Nunca percebi, enquanto estudante, porque é que é um exame no final do ano que traduz a qualidade e o rigor que existem no sistema de ensino… Adiante, como sabes sou de recursos humanos, e não é que chego ao mercado de trabalho e me deparo com outro exame “as famosas entrevistas de emprego”, mais uma vez conclui que talvez a realização de uma entrevista, em que o candidato leva ensaiadas uma serie de respostas politicamente correctas, não seja um bom preditor do seu potencial efectivo (bom, é a mh opinião, e não é de todo consensual entre colegas de RH).
    Bom… isto para dizer que não acho que sejam estes momentos formais o melhor preditor dos conhecimentos e, mais importante, das capacidades das pessoas. E pergunto se não seria mais vantajoso investir este esforço, tempo e €€, no que realmente é importante… Ensinar! E ensinar, a meu ver, é desenvolver as capacidades e o potencial de cada um, é desenvolver um espírito crítico (com base em argumentos lógicos), é desenvolver capacidades de análise e interpretação (de dados, fenómenos, etc.), é incentivar a procura de soluções alternativas, é aprofundar o estudo das matérias, Enfim, ensinar a PENSAR.
    Voltando um pouco atrás, se em relação ao mercado de trabalho ainda não se encontrou uma melhor forma de integrar as pessoas na empresa, que não as entrevistas. No caso do ensino a qualidade e o rigor não têm necessariamente de ser traduzidos em exames, mas sim numa avaliação e ACOMPANHAMENTO da evolução do potencial.
    P.S. – não percebo bem como "os exames servem para promover a igualdade de oportunidades", mas um dia explicas-me :)

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