segunda-feira, 9 de julho de 2012

As juventudes partidárias

Li no «Cachimbo de Magritte» dois textos (aqui e aqui) sobre juventudes partidárias. Antes de começar, uma declaração de interesses: faço parte da Juventude Liberal Europeia (LYMEC). E agora: qual o papel que eu penso que as juventudes partidárias devem desempenhar numa democracia liberal.

As juventudes partidárias devem ser escolas políticas. Devem ser associações em que jovens interessados em política poderão aprender alguma coisa quer sobre ideologia política, quer sobre debates políticos concretos. 

Através de debates internos, de «workshops», de conferências, as juventudes partidárias devem permitir aos jovens aprender política, mas também começar a fazer política. Devem ser uma porta de entrada possível para a política com vantagem de serem uma estrutura bem montada de aprendizagem e debate político que permitiria «treinar» as novas gerações de políticos.

As juventudes partidárias devem ser independentes do partidos, com agendas e ideias próprias. Devem ter órgãos próprios, programas próprios, eventos próprios. Naturalmente que apoiarão muitas vezes o partido a que se encontram ligadas. Mas não terão sempre de o fazer.

Finalmente, as juventudes partidárias devem ajudar os jovens a ter voz no debate político. Devem ser um instrumento que permite a participação dos jovens no debate público mediático, defendendo as suas ideias e as políticas que considerem ser melhores para o país.

As juventudes partidárias têm papéis importantes a desempenhar na nossa democracia. Não podem ser meros centros de emprego para quem queira consegui-lo através de redes organizadas de conhecimentos e cunhas partidárias. 

Claro que nem toda a gente nas juventudes partidárias é um puro e simples carreirista, perfeitamente desinteressado na coisa pública e apenas interessado em conseguir um lugarzinho ao Sol para si. O problema é que a imagem que passa muitas vezes é que essa gente pulula nas juventudes partidárias. E essa imagem afasta pessoas interessadas, criando um problema de selecção adversa.

A intervenção dos jovens na política é importante. As juventudes partidárias devem constituir um instrumento importante dessa participação. Precisamos de juventudes partidárias fortes, interessadas, com uma abordagem profissional. E é importante que estas limpem a imagem que têm neste momento. 

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