Há quem apregoe aos sete ventos que há apenas um regime compatível com a natureza humana. Naturalmente, o regime que é defendido por quem apregoa. E geralmente, um regime que não existe na vida real, nem nunca existiu, especialmente na sua forma mais «pura». Mas que se alguma vez viesse a existir, seria o paraíso na Terra.
Todos os regimes existentes são inferiores a esse regime ideal. O seu grau de perfeição e compatibilidade com a natureza humana é tão perfeito, que nunca existiu realmente, mas isso é indiferente. Cientificamente, teologicamente, filosoficamente, ou todos os três advérbios de modo combinados, o regime apregoado é mesmo regime perfeito.
É o regime em que a liberdade e a igualdade se harmonizam da melhor forma. Em que os seres humanos são tratados como verdadeiramente são. E é sabido que se organizarmos os seres humanos com base num regime ideal que nunca existiu na forma pura que é defendida por quem o apregoa, então o regime durará para sempre.
Claro que se não durasse para sempre, se esse regime tão incrivelmente adaptado à natureza mais pura e intrínseca dos seres humanos caísse e se transformasse noutra coisa qualquer, isso não invalidaria nada. O regime continuaria a ser o mais perfeito de todos os regimes. O problema seria sempre que não teria sido implementado com o nível de pureza desejável.
O regime perfeito é o melhor possível, o mais desejável, o mais fantástico regime de todos. E não existe. Mas isso é um pormenor irrelevante. É perfeito por definição, quer exista ou não. Aliás, muito provavelmente, quanto menos exista, mais perfeito se torna.
A realidade tem destas coisas.
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