A civilização chinesa desenvolveu-se na planície do norte da China ao longo do Rio Amarelo e no séc. XVI a.C. encontramos já um modo de vida introspectivo e confiante que se expandiu lentamente pelas regiões e reinos circundantes. A perspectiva chinesa coloca-se no centro do mundo e mantém uma noção de superioridade relativamente aos povos vizinhos. Foi nesta sociedade agrária que nasceu o confucionismo, uma filosofia que estabelecia uma estrutura hierárquica rígida sem possibilidades de mobilidade social ao mesmo tempo que legitimava e reforçava as dinastias reinantes tanto na China como nos domínios do leste asiático onde esta tinha influência.
Foi durante o domínio dos Han que se consolidaram as principais características das relações da China com os seus vizinhos. O imperador chinês, o filho dos céus, era assim não só o governante dos chineses, mas de toda a humanidade. A sua capital representava o centro da civilização sendo que quanto maior a distância deste centro maior a barbárie. Foram estas noções que dominaram a visão chinesa do mundo até ao fim do reinado da Dinastia Qing no princípio do séc. XX.
O golpe de estado dos Taika no ano 645 da nossa era é geralmente visto como o inicio de uma adopção consciente dos valores, sistemas e tecnologias chinesas por parte dos japoneses, coincidindo com a centralização do poder no estado de Yamato e a emergência de uma nobreza que se entrincheirava nos círculos de poder. Simultaneamente, o Budismo ganhava cada vez mais adeptos no arquipélago depois das suas variantes chinesas terem sido importadas por via da península coreana.
Esta fé com origem no subcontinente indiano havia sido introduzida à China por volta do séc. III a.C, tendo sofrido varias transformações durante este processo de assimilação e adoptando assim características e práticas chinesas. Chegado o séc. VI, o Budismo estava já profundamente enraizado tanto no reino do meio como na Coreia, tendo-se tornado num poderoso instrumento político nas mãos da dinastia T'ang.
A sua assimilação por parte dos habitantes das ilhas que hoje constituem o Japão moderno não decorreu de forma inteiramente pacífica já que os clãs que dominavam a região derivavam a sua legitimidade das seitas animistas locais sendo que esta nova e subversiva religião tinha o potencial para minar a sua base de poder ao substituir-se ao animismo no panorama religioso local. O assunto ficou contudo mais ou menos resolvido quando o clã Soga, budista, derrotou o seu principal adversário, os Mononobe.
A partir do séc. IX os japoneses deram inicio a um processo de distanciamento da China ao concentrarem-se nas suas próprias divisões internas. A duas tentativas, sem sucesso, de invasão por parte da dinastia mongol que conquistara a China, os Yuan, contribuiu ainda mais para o reforço da convicção japonesa de que o seu isolamento perante o exterior era o melhor caminho a seguir. Mais tarde, um édito dos Ming a proibir todo o comércio directo entre a China e o Japão destruiu todo o contacto oficial entre as duas civilizações. Durante quatrocentos anos estes dois povos passariam a lidar um com o outro exclusivamente por meio de intermediários como os Portugueses, os Espanhóis e sobretudo os Holandeses.