Ia escrever um artigo sobre empreendedores e empreendedorismo. Provavelmente, ainda o escreverei. Mas este «artigo falado» de Miguel Gonçalves no Prós & Contras (ignore-se, como de costume, Fátima Campos Ferreira) diz muito, muito, muito sobre o que é ser empreendedor e sobre o empreendedorismo.
Retirem-se as barreiras públicas a que pessoas com esta mentalidade arrisquem e gerem negócios, e temos uma economia efervescente, que gera riqueza, que cresce. Deixemos de considerar os empresários como terríveis opressores capitalistas, que devem ser penalizados pela ousadia de arriscar e trepar por montanhas de burocracia.
Esta intervenção lembrou-me uma outra, no Prós & Contras sobre a chamada «geração à rasca». Estava lá um jovem empresário que disse que pagava bem aos seus colaboradores, inclusivamente pagando mais a um colaborador do que a ele próprio, tentando dar-lhes boas condições. Explicou ainda o seu sucesso: tinha tido sucesso porque tinha arriscado, porque tinha saído da sua zona de conforto.
Quando este jovem empresário sugeriu que outros que quisessem ter sucesso fizessem o mesmo, que arriscassem, saindo da sua zona de conforto, foi vaiado e apupado por certa parte da audiência. «Sai tu da tua zona de conforto» (cito de memória), ouvi atrás de mim, depois do jovem empresário ter dito precisamente que o tinha feito.
Quando uma pessoa tem um objectivo, deve procurar atingi-lo, o que significa procurar oportunidades, sem ter medo de arriscar, tentando sempre aprender com quaisquer erros que cometa. Nesta crise, continua a haver por aí empregos, continua também a haver oportunidades de negócio, mas é preciso sair da nossa zona de conforto para encontrar esses empregos ou essas oportunidades de negócio. Para as aproveitar, é preciso trabalhar.
Bem sei que há quem ache que fala pelos jovens portugueses que pareça pensar que aquilo de que todos os jovens portugueses precisam é de mais subsídios. Bem sei que há jovens portugueses que parecem achar isso mesmo. Mas depois há os jovens portugueses que, em vez de andar a clamar por mais subsídios, andam aí à procura de oportunidades, e a tentar criar oportunidades para eles próprios sem «ajuda» estatal.
Há jovens portugueses empreendedores. Muitos emigram, mas outros tantos ficam cá. Não precisam de subsídios públicos e de ser tratados como coitadinhos. Precisam mesmo é de, como disse Miguel Gonçalves, trabalhar.
O Miguel Gonçalves, é antes de mais e acima de tudo um «entrepeneur», ou aquilo a que podemos chamar em bom português um «iniciador», um «pioneiro», e nesse sentido é também ele um empresário nessa área.
ResponderEliminarO grande entrave ao empreendedorismo nacional não é a falta de empresários, nem de pessoa a quererem arriscar, mas a enorme fatia que o estado consome dos VABs gerados pelas empresas, por um lado e dos seus colaboradores por outro, criando um clima de desmotivação fiscal que afecta todos. Empresários e colaboradores.
O canibalismo fiscal experimenta agora novas areas de actuação nomeadamente o endo-canibalismo ( canibalização de mortos ), com a cobrança de IMI ao proprietário sobre património hipotecado..pelas próprias finanças.
Retirem-se os entraves fiscais, e Portugal..aliás toda a Europa, crescerá de outra forma.
Para trabalhar para o estado, mais vale ficar quieto.
Gostei muito.
ResponderEliminarMas as intervenções da Fátima chegam a ser cómicas, porque ela não entendeu os comentários.
De "é preciso encontrar a proposta de valor" só ouviu "é preciso esforçarem-se".