sábado, 11 de fevereiro de 2012

De referência?

Como é que os jornais ou as televisões querem sobreviver enquanto fornecedores de informação se não são de confiança? O maior capital que um meio de comunicação social tem é a confiança que o público deposita nele. Principalmente o seu público alvo.

Quanto mais o público alvo de certo meio de comunicação social tiver a sensação que tem de ver para crer, já que o meio de comunicação social não é de confiança, maiores são os riscos para este. Quer o risco de se descaracterizar, quer o risco de desaparecer.

De se descaracterizar porque poderá começar a procurar outros públicos. De desaparecer porque pode não conseguir fazê-lo ou porque nem sequer poderá ter a hipótese de tentar. Sendo que é mais fácil perder a credibilidade do que ganhá-la.

Os grandes jornais que queiram ser jornais de referência, em particular, deviam considerar estas questões com particular acuidade. Sob pena de, jogando o jogo dos tablóides, deixem de ser de referência. E, com isso, corram o risco de definhar e desaparecer.

3 comentários:

  1. Compreendo a sensação, há dias em que nem sei que jornal devo comprar. Acabo por seguir o critério de seguir determinados colunistas em jornais diferentes.

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  2. Gostaria que assim fosse, o que a acontecer levaria os jornais que contam estórias à volta de fatos reais a serem, com o tempo, preteridos para jornais de maior confiança na missão de prestar informação relevante. No entanto se as pessoas, ou pelo menos as pessoas interessantes do ponto de vista comercial (as que vêem e seguem anúncios), não estiverem interessadas em ser bem informadas mas mais em ouvir estórias, ou não tiverem o espírito crítico necessário para questionar a qualidade da informação que recebem, então manter-nos-emos com órgãos de informação sensacionalistas.

    Com o aumento da educação e com a disseminação da informação (exemplo: posso verificar em vídeos se o autor da frase disse mesmo aquilo e em que contexto), é de esperar que esse espírito crítico do público vá aumentando.

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  3. Subscrevo inteiramente o que diz o João Bernardino, mas já fui mais optimista em relação aos efeitos positivos do aumento da educação e da disseminação da informação no espírito crítico de cada um...

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