A Fundação Francisco Manuel dos Santos promove novo debate «online», sobre o tema referido no título.
Deixo a intervenção inicial de Vasco Barreto e «link» para o debate!
«Se a Educação é o melhor passaporte para a mobilidade social e a liberdade um valor que prezamos, não é evidente que todos pais devem ter liberdade de escolher como e onde querem educar os seus filhos, independentemente do seu nível económico? Esta discussão tornou-se sazonal com a divulgação das classificações dos estabelecimentos de ensino secundário e tem subido de tom, primeiro a propósito dos cortes estatais nos contratos de associação que financiam as escolas privadas e, mais recentemente, com a anunciada intenção do actual Governo de que terminará a obrigação de escolher a escola por área de residência.
Até que ponto a visão de cada um não reflecte os seus interesses concretos no assunto (no caso de ser pai, nomeadamente), que podem não ser os da sociedade? E será que, mesmo sem um interesse concreto e imediato como pai, aluno ou professor, temos discutido o problema de um modo descomprometido, isto é, sem papaguear a cartilha da defesa intransigente do modelo vigente da escola pública, tão caro à esquerda, e também sem um alinhamento às cegas com a direita e os movimentos cívicos de inspiração liberal que defendem a liberdade de escolha? Até que ponto este acantonamento ideológico nos impede de lidar com um problema que, pondo em conflito os valores da igualdade e da liberdade, talvez só admita uma solução de compromisso? Qual seria então a melhor alternativa para tornar obsoleto o expediente das moradas fictícias, mas evitando a segregação social que muitos temem ser inevitável num sistema absolutamente liberalizado, em que aos pais é dada a ilusão de escolha e as escolas, na prática, seleccionam? Podemos aprender com as experiências de outros países?
Ao longo desta semana, iremos abordar estas e outras questões com o painel de convidados e todos os interessados no tema. Alexandre Homem Cristo, Paulo Guinote, David Justino e Hugo Mendes têm percursos diversos mas um denominador comum: são académicos que pensam, escrevem e discutem o sistema de ensino com a preocupação de encontrar evidência empírica que sustente as suas posições. O que peço a cada um, no arranque deste debate, é um exercício de imaginação, para que quem nunca vos leu conheça a vossa posição mais inconfessável sobre o assunto: que descrevam sucintamente o sistema de ensino ideal para Portugal, sem receio de parecerem utópicos.»
Sem comentários:
Enviar um comentário