"Deve haver um dia em que a sociedade, como os indivíduos, chegue à maioridade." - Alexandre Herculano
terça-feira, 26 de junho de 2012
Votai "Portugal não deve dar o calote"!
Como o nosso João costuma dizer há que tomar posição!
Só agora tomei conhecimento que está a decorrer um frente-a-frente, entre Ricardo Cabral e Pedro Rodrigues, dois académicos emergentes no blogue massamonetária do Jornal de Negócios.
À pergunta é "Deve Portugal Reestruturar a sua Divida Pública"
Sim ou Não!
A minha resposta é Não!
Porquê?
Seria tornar inglório todo o esforço que já fizémos e porque no Póker há que esperar para fazer call ao bluff dos outros.
Tem sido um bom debate, elevado embora por vezes um pouco técnico.
Uma palavra de apreço para os dois intervenientes, por num País cinzento, tomarem o caminho mais pisado e assumirem posições, que quer a um quer a outro lhes poderão trazer desgostos no futuro.
Agora puxando a brasa á minha sardinha.
O Professor Pedro Rodrigues, tem um draft aqui em que fundamenta a sua análise, com cabeça tronco e membros.
Vamos a Votar!
E claro que sem qualquer pressão que coarte as liberdade dos leitores, digo:
Votai Não!
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Se por principio estou claramente do lado do Pedro Rodrigues, o meu sentido pragmático obriga-me a ter de equacionar algumas variáveis de curto prazo, nomeadamente o facto de já termos ultrapassado o PONTO DE NÃO RETORNO, há pelo menos uns 3 anos, isto é, aquele ponto a partir do qual se o país fosse uma família ou uma empresa, a falência era um dado adquirido.
ResponderEliminarAssim sendo a minha dificuldade está em colocar as coisas em termos de «devemos ou não devemos entrar em default ?», porque todos os dados nos indicam que o país irá acabar por entrar em default.
Porquê ?
Porque o tipo de austeridade possivel num estado social, conduz sempre à mesma opção:
O aumento da carga fiscal.
Uma vez que a nossa carga fiscal já ultrapassou o ponto de receita fiscal máxima da curva de laffer, o que está a acontecer neste momento é que o estado está a canibalizar a economia, comprometendo definitivamente a nossa capacidade de solver os nossos compromissos.
Isto não é a minha opinião, são factos.
Neste sentido e embora não seja a favor de um default por opção, temo que na prática estejamos condenados a ele, pior, é que ao actual ritmo de destruição da economia portuguesa, outra economia irá renascer certamente no lugar desta, mas não terá portugueses a liderá-la e os níveis salariais passarão a ser asiáticos.
O que sugiro ?
Renegociação da divida de longo prazo, e emissão de divida eterna.
Salazar, fez isso, quando optou por não voltar a pedir empréstimos à Inglaterra. O prazo de vencimento dessa divida é o ano de 9999.
Se assim não for não estou a ver outro caminho realista.