No ano
passado não participei no Megapiquenique continente que decorreu na
Avenida da Liberdade. Este ano, aparentemente, o mesmo realizar-se-à
no Terreiro do Paço (ou Praça do Comércio se preferirem o termo
pós-terramoto) e mais uma vez não tenciono participar. No entanto,
consta que o ano passado o evento atraiu à volta de meio milhão de
pessoas o que terá sido óptimo para quem lá foi, para o continente
e menos bom para quem mora por aqueles lados e queria dormir a sesta. Segundo um artigo do jornal Público, o evento deste ano parece estar a atrair alguma oposição no seio da
assembleia municipal por várias razões. O vereador do PSD João
Navega acha que se trata de um atentado à identidade nacional que
pelos vistos se resume a uma praça, só existe a partir de 1755, e é
definida e protegida por ele. Acho também interessante o facto de o
mesmo senhor dar o exemplo da Rússia, ao afirmar que estes nunca
autorizariam um evento semelhante perto do Mausoléu de Lenine. E
depois? Se autorizam ou não é verdadeiramente irrelevante. Se a
câmara municipal de Moscovo acha que um megapiquenique continente
(ou equivalente Russo) não é apropriado para aquele local ou poderá
perturbar o sono do Sr. Vladimir, é com eles. Ironicamente, a
promoção do continente diz-se defensora da produção nacional (se
de facto é apoiada ou não, já não sei).
Um outro
vereador do PSD acha que “couves, porcos e vacas” não são dignos da
dita praça. Eu diria que couves fazem bem à saúde e porcos e vacas
são animais simpáticos. O comunista
Ruben de Carvalho por seu lado refere a promoção do Pingo Doce no
1º de Maio e considera este evento uma comercialização do local e
está indignado com a associação da câmara a este evento.
A única
crítica indicada no artigo que me parece razoável é a que diz
respeito às condições da praça. Se de facto a área se encontrar
em mau estado e houver algum risco para os transeuntes e para o
património então naturalmente é fundamental ou que o evento mude
de lugar ou que seja paga uma contribuição para a sua restauração.
Não vejo
mal nenhum em organizar este tipo de eventos, desde que devidamente
regulados e autorizados pelas autoridades camarárias. Não só
trazem dinheiro a uma autarquia altamente endividada como trazem
pessoas e comércio (coisa diabólica). Se podemos reservar estes
espaços para todo o tipo de protestos e marchas e seja lá o que for
também podemos fazê-lo para algo que traga alguns trocos às nossas
carteiras empobrecidas. Estes senhores no entanto acham que devem
fazer as nossas escolhas por nós e portanto haver meio milhão de
pessoas a querer participar é lhes indiferente. Eles é que sabem
melhor!
Só mostra como os nossos políticos, estão completamente desfasados da realidade, das preocupações do dia-a-dia dos cidadãos.
ResponderEliminarÉ simples existem condições de higiene ou não?
À primeira vista não existem casas-de-banho, em quantidade suficiente.