"One of the most bizarre premises of quantum theory, which has long fascinated philosophers and physicists alike, states that by the very act of watching, the observer affects the observed reality."
Retirado daqui
O nosso crédito não é lixo por motivos inerentes à nossa realidade, mas sim porque o “opinador” assim o determinou. Entrámos no mundo quântico dos ratings. O que cria a realidade é a observação da realidade. Ou seja, neste momento as agências de rating já não emitem meras opiniões mas criam realidades. Sempre assim foi, a diferença é que neste momento sentimos com maior intensidade o impacto desse facto.
Esclarecendo o meu post anterior, que o que ponho em causa é o acto do downgrade e não o rating em si. Gostava de recordar que o downgrade foi feito para Portugal. Ou seja, estaríamos a falar de algo que foi motivado pela realidade portuguesa. É por isso que argumentei que o primeiro motivo estava condicionado ao segundo. Eu não negligenciei o facto de existir um risco crescente de poder ser necessário um segundo resgate, mas se cumprimos o acordo (ou seja as metas) e tivermos que ter um resgate tal não se deve a Portugal (pois nessa altura terá as contas saneadas) mas sim ao mercado de divida soberana da zona euro. Ora esse risco não tem de ser só incorporado por Portugal mas sim por todos os países da zona euro, pois é um risco de mercado, e não um risco do País. Ou seja, esse motivo se for independente do motivo 2 apresentado, obriga necessariamente a um downgrade, ou Outlook negativo, de todos as dívidas soberanas europeias. Algo que não ocorreu.
Quanto ao segundo motivo (não cumprirmos) o risco não aumentou (aliás a existir uma alteração seria pela sua diminuição do risco). Que temos de fazer é um enorme desafio? Claro que sim! Que é difícil de implementar? Obviamente que sim! A questão é que nunca tivemos numa conjuntura tão positiva como agora para a implementarmos, e certamente está melhor agora do que no primeiro trimestre do ano.
O que é mais irónico nisto tudo é que é a Moody’s que com este acto aumentou a probabilidade de não cumprirmos. Primeiro porque criou condições para que as alterações tenham um menor suporte e uma maior contestação. Depois porque este downgrade afectará a economia portuguesa, mais do que afectará as Obrigações do Estado. Como Portugal só voltará ao mercado em 2013, nessa altura já estaremos com os resultados das medidas. Nessa altura contará muito menos estes ratings, e possivelmente até estarão alterados. No entanto mais risco para Portugal, implica mais risco para as empresas portuguesas. E isso coloca uma barreira artificial ao nosso crescimento económico.
No futuro acredito que este será um dos melhores exemplos de uma self fulfilment prophecy. Ao imputar mais risco a Moody’s acabou de dar um forte empurrão para transformar as nossas obrigações em lixo. E ao acontecer isso entramos sem dúvida no mundo quântico dos rating…
Retirado daqui
O nosso crédito não é lixo por motivos inerentes à nossa realidade, mas sim porque o “opinador” assim o determinou. Entrámos no mundo quântico dos ratings. O que cria a realidade é a observação da realidade. Ou seja, neste momento as agências de rating já não emitem meras opiniões mas criam realidades. Sempre assim foi, a diferença é que neste momento sentimos com maior intensidade o impacto desse facto.
Esclarecendo o meu post anterior, que o que ponho em causa é o acto do downgrade e não o rating em si. Gostava de recordar que o downgrade foi feito para Portugal. Ou seja, estaríamos a falar de algo que foi motivado pela realidade portuguesa. É por isso que argumentei que o primeiro motivo estava condicionado ao segundo. Eu não negligenciei o facto de existir um risco crescente de poder ser necessário um segundo resgate, mas se cumprimos o acordo (ou seja as metas) e tivermos que ter um resgate tal não se deve a Portugal (pois nessa altura terá as contas saneadas) mas sim ao mercado de divida soberana da zona euro. Ora esse risco não tem de ser só incorporado por Portugal mas sim por todos os países da zona euro, pois é um risco de mercado, e não um risco do País. Ou seja, esse motivo se for independente do motivo 2 apresentado, obriga necessariamente a um downgrade, ou Outlook negativo, de todos as dívidas soberanas europeias. Algo que não ocorreu.
Quanto ao segundo motivo (não cumprirmos) o risco não aumentou (aliás a existir uma alteração seria pela sua diminuição do risco). Que temos de fazer é um enorme desafio? Claro que sim! Que é difícil de implementar? Obviamente que sim! A questão é que nunca tivemos numa conjuntura tão positiva como agora para a implementarmos, e certamente está melhor agora do que no primeiro trimestre do ano.
O que é mais irónico nisto tudo é que é a Moody’s que com este acto aumentou a probabilidade de não cumprirmos. Primeiro porque criou condições para que as alterações tenham um menor suporte e uma maior contestação. Depois porque este downgrade afectará a economia portuguesa, mais do que afectará as Obrigações do Estado. Como Portugal só voltará ao mercado em 2013, nessa altura já estaremos com os resultados das medidas. Nessa altura contará muito menos estes ratings, e possivelmente até estarão alterados. No entanto mais risco para Portugal, implica mais risco para as empresas portuguesas. E isso coloca uma barreira artificial ao nosso crescimento económico.
No futuro acredito que este será um dos melhores exemplos de uma self fulfilment prophecy. Ao imputar mais risco a Moody’s acabou de dar um forte empurrão para transformar as nossas obrigações em lixo. E ao acontecer isso entramos sem dúvida no mundo quântico dos rating…
Sem comentários:
Enviar um comentário