O povo... Tenho um gosto especial por esta palavra. Não significa nada, mas todos gostam de a utilizar. Gostava de saber quem é que já conheceu o povo? Eu certamente não. Conheço pessoas, agora o povo nunca vi na minha vida. No entanto ele existe, pelo menos se acreditarmos no discurso dos politicos. E têm-no em elevada conta, pois é a bem dele que fazem o que lhes apetece. Por vezes, no meio dos debates politicos, desconfio que o povo é uma bola de pingue-pongue. Ora está num lado, ora está no outro. É verdade que nos tempos modernos até o povo já tem concorrência. Está lentamente a ser substituido pelo mercado, outra palavra que gosto particularmente.
Mas não é do povo, e muito menos do mercado, que quero falar. Quem me motivou a escrever este texto foi um humilde operário, de seu nome Jerónimo de Sousa. Ora, acabei de ler no Sol, a bela frase que este senhor proferiu:
«O povo tem a legitimidade, porque o poder reside no povo. E não é perante uma maioria que tem, de facto, legitimidade institucional para governar que o povo português pode ser esbulhado da defesa dos seus direitos, dos seus interesses, em conformidade com esse poder que a Constituição da República determina. É sempre o povo que tem a última palavra. Sempre, mas sempre»
Não sei o que se passa ultimamente, mas as pessoas estão cada vez mais com queda para o surrealismo. Ainda na semana passada li no Expresso alguém escrever algo como "nós podemos decidir não publicar uma notícia de relevância para o país mas isso não é auto-censura" e agora leio o camarada Jerónimo dizer algo como "o poder reside no povo desde que seja para defender o que nós defendemos".
Ora se o camarada Jerónimo acha que o "povo" é soberano, então convém ser consequente com essa afirmação. Eu sei que a minha memória é curta, mas tenho uma vaga ideia que 2.159.181 portugueses votaram no partido que está no poder com o programa que já previa grande parte das coisas que o meu camarada se queixa. Parece-me, e claro que posso estar errado, que o povo - a existir - falou bem alto a 05 de Junho. Pelos visto o que acontece é que quando o povo fala o meu camarada Jeronimo não o ouve...
.
Mas não é do povo, e muito menos do mercado, que quero falar. Quem me motivou a escrever este texto foi um humilde operário, de seu nome Jerónimo de Sousa. Ora, acabei de ler no Sol, a bela frase que este senhor proferiu:
«O povo tem a legitimidade, porque o poder reside no povo. E não é perante uma maioria que tem, de facto, legitimidade institucional para governar que o povo português pode ser esbulhado da defesa dos seus direitos, dos seus interesses, em conformidade com esse poder que a Constituição da República determina. É sempre o povo que tem a última palavra. Sempre, mas sempre»
Não sei o que se passa ultimamente, mas as pessoas estão cada vez mais com queda para o surrealismo. Ainda na semana passada li no Expresso alguém escrever algo como "nós podemos decidir não publicar uma notícia de relevância para o país mas isso não é auto-censura" e agora leio o camarada Jerónimo dizer algo como "o poder reside no povo desde que seja para defender o que nós defendemos".
Ora se o camarada Jerónimo acha que o "povo" é soberano, então convém ser consequente com essa afirmação. Eu sei que a minha memória é curta, mas tenho uma vaga ideia que 2.159.181 portugueses votaram no partido que está no poder com o programa que já previa grande parte das coisas que o meu camarada se queixa. Parece-me, e claro que posso estar errado, que o povo - a existir - falou bem alto a 05 de Junho. Pelos visto o que acontece é que quando o povo fala o meu camarada Jeronimo não o ouve...
.
Já para não falar de todos aqueles que votaram no PS ou no CDS-PP, também eles ligados ao Memorando da Troika.
ResponderEliminar