Um conjunto de vândalos juntou-se à volta do Parlamento e atirou pedras ao Parlamento e à polícia. Tinham, ao que parece, a cara tapada.
Estamos, portanto, perante arruaceiros cobardes que se pretendem representantes do povo. Só que não são representantes do povo. Não, longe disso. São representantes do vazio. Longe de ajudarem o país a resolver a crise, ajudam a crise a resolver o país, empurrando-o na direcção de uma crise ainda maior.
Afirmações em tom pomposo, de auto-glorificação, juntam-se a «slogans» assentes em trivialidades sem conteúdo na justificação da violência. As caras tapadas representam a negação da individualidade, a submissão à turba, a desresponsabilização pessoal face aos actos anti-sociais que se pratica.
Tudo isto é bem mais fácil que ter uma intervenção construtiva. A violência é o facilitismo levada ao extremo, e a sua exaltação é desrespeitar de forma vil os verdadeiros heróis. Os verdadeiros heróis são aqueles que não se deixam levar pelas cantigas de sereia do vazio e do caos, em vez disso preferindo manifestações resolutas mas pacíficas. São aqueles que trabalham em prol da procuração de soluções concretas para os nossos problemas. São aqueles que procuram emprego, que emigram, que arriscam e avançam com novas ideias.
Os verdadeiros heróis devem ser exaltados. Devem ser celebrados. As suas histórias devem ser contadas e as suas ideias devem ser partilhados. O que fazem é um exemplo a seguir. O exercício dos nossos direitos é aquilo que fortalece a democracia. O exercício de todos os nossos direitos e liberdades. Isso deve ser promovido, coberto mediaticamente e debatido. Deve ser levado a sério e é perfeitamente legítimo.
Gente com capuz a atirar pedras ao Parlamento deve também ser levado a sério. Mas de outra forma: essa gente deve ser presa. Sem contemplações. Condenada pelos crimes que pratica e colocada na cadeia. As suas actividades devem ser condenadas publicamente. Deve ser tornado claro que atirar pedras ao Parlamento, bater em polícias e destruir automóveis alheios é ilegal e não é legítimo. Estar em crise económica, financeira e política não legitima tudo.
Vivemos num Estado de Direito Democrático. Resolver a crise não passa pela exortação de comportamentos anti-sociais e manifestações de desprezo pelas instituições democráticas. Mesmo estando em crise, as pessoas têm várias escolhas. Podem escolher a via pacífica, e trabalhar em prol da resolução dos problemas do país. Ou podem escolher a violência com base no vazio, e trabalhar em prol do aprofundamento da crise. Os primeiros são heróis. Os segundos são vândalos. E como vândalos devem ser tratados.
Excelente João.
ResponderEliminarAcrescento uma boa desse conhecido liberal, Francisco Assis: "no dia em que o Parlamento for desvalorizado, as manifestações cessam no nosso país".