Álvaro Santos Pereira quer desenvolver a economia portuguesa. Para o efeito, quer fazer o costume: distribuir subsídios, criar benefícios fiscais e, em suma, determinar politicamente vencedores e perdedores através de critérios mais ou menos arbitrários, ao mesmo tempo mantendo uma burocracia pública para aplicar o seu pacote de medidas.
Sejamos claros: aquilo que Álvaro Santos Pereira quer fazer é passar a subsidiar exportações em vez de subsidiar infraestruturas. Um dos problemas do país é um código fiscal complexo, que muda todos os anos de forma relevante. Os benefícios fiscais beneficiam aqueles que sabem que os benefícios públicos existem, que obtêm uma decisão positiva sobre a aplicabilidade dos benefícios ao seu caso em tempo útil, e criam distorções em relação a uma situação em que a escolha do consumidor é soberana.
Os subsídios, entregues independentemente do sucesso ou insucesso, beneficiam também aqueles que sabem que os subsídios existem e obtêm uma decisão em tempo útil de que podem beneficiar deles. Depois, as empresas que surgem com base nesses subsídios tornam-se matéria política relevante, porque é dinheiro público que ali está a ser aplicado. Cria-se incentivo a que o Estado continue a financiar empresas sem viabilidade para os consumidores por motivos políticos, para manter a credibilidade do sistema. Entretanto, sempre que uma das empresas vá abaixo (o que acontecerá muitas vezes - afinal, tendencialmente serão investimentos de risco), foi dinheiro público que foi atirado para aquela empresa, em vez de para outras coisas (como, por exemplo, ser devolvido à população em geral através de cortes de impostos).
A nova Lei da Concorrência, que fortaleceu os poderes da Autoridade da Concorrência, e que muitos problemas cardíacos terá causado a fãs da Escola Austríaca que a tenham consultado, não é perfeita, mas é preferível ao que havia antes. A existência de um Tribunal especializado em temas de Concorrência e Regulação também é positivo, dada a especificidade que os temas comportam, muito assente numa boa preparação económica que em geral falta no nosso sistema judicial (muito por culpa pelo desprezo de disciplinas tão importantes como a Análise Económica do Direito que ainda por cá existe). Isto foram dois passos positivos, tal como é importante continuar a garantir que não existam fraudes e que os consumidores estão devidamente informados em relação aos produtos que compram.
Agora, o passo seguinte devia ser fazer uma avaliação séria da regulação existente no sentido de garantir que serve para alguma coisa, e reformular o Estado tendo em conta a sua sustentabilidade financeira, baixando impostos generalizadamente e ao mesmo tempo simplificando o nosso sistema fiscal. O que o Ministro quer fazer é manter os subsídios mas mudar os destinatários, e dispara contra as regras europeias que o proíbem de arbitrariamente beneficiar uns em relação a outros no Mercado Interno. Ora, o Ministro erra o alvo. Essas regras estão lá precisamente para defender o Mercado Interno de tentações de o distorcer por parte dos Estados Membros, e devem continuar a lá estar, sob pena de destruirmos o «level playing field» que o Mercado Interno pretende criar.
O Ministro devia estar a disparar contra a multiplicação das rendas públicas a empresas privadas. Devia estar a atrair e propiciar investimento privado simplificando procedimentos e continuando com bom trabalho nesse sentido antes desenvolvido. Mas o Ministro não resiste à tentação de querer serem ele e os seus Secretários de Estado a tentar «desenvolver a economia portuguesa». Se o Estado português parasse de o tentar fazer, poderia reparar que portugueses e estrangeiros que queiram investir em Portugal são capazes de o fazer bem melhor e de forma bem mais sustentada. Especialmente se tiverem de se sujeitar aos rigores de terem de agradar a clientes e a conseguir financiamento junto de entidades privadas, e não estiverem sujeitos a concorrência de entidades arbitrariamente apoiadas financeiramente pelo Estado português.
ó figlia da tal famiglia investir en quê e para quê?
ResponderEliminarpara o con sumo interno só se for a fazer bujigangas para velhos e os Ipedes e Iphodes chinocas saem mais baratos mesmo vindo por Cartagena e Ferrol
agora uma economia corporativista como esta
e com tribunaes e transportes dignos de qualquer estado en colapso
eu cá nã investia nos latifúndios anti-constitucionaes e ia-me mais aos minifúndios liberaes
ou chamam-se minifundos?
o observatório de risco das caldas mercurio free e dos caldas sem enxofre vinhateiro nã esclarecem
mas minifundo é fundo e constitucional?
investir en escudos sae sempre mais barato...
bou inbestir numa impressora
ob pena de destruirmos o «level playing field» que o Mercado Interno pretende criar....
ResponderEliminaruau até sabes ingleis andas in que instituto...
fizeste já quantas gerências de falências?
pela lista de blokis és tosta mista de economia com professorado
num estado que quer uma lei das sesmarias comunista num dia e uma nacionalização dos proventos privados no outro
fazer cousas liberaes só com licença
Adorei os comentários do "Eleitorado". Aliás até acho que por caso da maioria ser como aqui o visitante ´q eu estamos como estamos.
EliminarÉ fixe vir dizer umas charolas a coberto do anonimato, dar a cara é chato não é?
Implica tomar posição e ser-se responsável peloq ue se diz e faz?
Desculpa lá João, sei que não devemos ligar a gentinha, mas ando muito sensível agora
Temos é de vendê-las aos chineses que os nacionais até exportam as filhas prá Hollande do Hollande
ResponderEliminarEscreve muito bem para romeno...
EliminarA sério agora, a regulação por cá é uma anedota! Venho hoje do Instituto dos Seguros de Portugal em que chego á conclusão que as instituições não funcionam na óptica da defesa do consumidor, mas sim na óptica de defesa da indústria regulada. Estão capturados e usam a porta giratória...
ResponderEliminarVergonhoso!
A Álvaro tem sido uma desilusão, precisa de tirar uma semana ler alguns dos livros que escreveu e ficar á experiência 3 mesitos.
Aliás voto para tirar o "falecido" blogue dele o desmitos da lista ao lado, dá um mau ar à casa. Um blogue morto, de um ministro que é um cadáver político.
Abraço